Brasil Arquitetura: Teatro em Piracicaba, SP
Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci trabalharam desde 2004 na requalificação do patrimônio arquitetônico do Engenho Central e Parque do Mirante, na cidade de Piracicaba, a noroeste de São Paulo.
Eles são autores do plano para a ocupação dos seis galpões remanescentes no local com novo programa cultural, dos quais foi inaugurado, no primeiro semestre de 2012, o teatro com capacidade para cerca de 500 pessoas.
Implantado numa das edificações de escala mediana do conjunto do Engenho Central, lindera à praça que articula os vários galpões, o projeto teve o programa modificado desde a concepção preliminar arquitetônica.
Em vez de cinemas e restaurantes idealizados inicialmente, surgiu então o novo teatro do município, localizado estrategicamente no parque que beira o Rio Piracicaba no entorno da região central da cidade, famoso por sediar festas e eventos populares.
A edificação de tijolos aparentes é dividida em três gomos longitudinais que correspondem aos caimentos da cobertura, sendo duas águas centrais - com altura de quatro pés-direitos - e uma em cada lateral, com alturas de até dois andares. Ferraz e Fanucci ocuparam o setor central com foyer, plateia e palco, invertendo a lógica da distinção das fachadas frontal e posterior.
A entrada, assim, ocorre pelo que se considera a parte de trás do galpão, enquanto a face voltada para a praça funciona como parede de palco. A iniciativa decorreu da ideia de abrir o espaço cênico para a praça, o que incluiu a expansão física do palco através da inserção de um módulo retangular metálico na área pública, pintado na cor vermelha.
Na outra extremidade, o foyer e a bilheteria são delimitados pela parede de concreto que veda as plateias superior e principal, e ocupam área qualificada pelo pé-direito elevado e pela farta iluminação natural.
Havia nessa porção do galpão uma estrutura metálica de aparente atirantamento na fachada de tijolinhos, mas testes estruturais indicaram a possibilidade de remover esse apêndice, revelando a densa malha de janelas. Atualizado passo-a-passo com a obra, o projeto teve como um de seus esforços equacionar a curva de visibilidade da platéia principal e térrea, com as alturas do palco e da praça pública.O ideal era haver o menor desnível possível entre os dois últimos, o que demandou o desbaste do piso para a acomodação dos assentos.
Também as paredes longitudinais que dividem as faixas central e laterais da edificação ganharam aberturas junto à platéia, por onde se dá a circulação do público. Nas laterais assimétricas do galpão foram inseridos, restaurante / área técnica e, do outro ( o menor) a sala de ensaios / camarim, localizada no pavimento superior.
A exemplo do volume externo do palco, a escada de acesso a este ambiente é conformada por volume metálico, pintado de vermelho.
O projeto é engenhoso na distribuição dos espaços e eixos verticais de circulação, o que possibilitou a confortável inserção de um programa denso para a escala do galpão, que soma quase 3 mil metros quadrados. de área construída.
Ficha técnica
Teatro Erotides de Campos - Engenho Central
Local Piracicaba, SP
Início do projeto 2009
Conclusão da obra 2012
Área de intervenção 2.850 m2
Arquitetura Brasil Arquitetura - Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz e Gabriel Grinspum (autores); André Carvalho, Anne Dieterich, Anselmo Turazzi, Beatriz Marques, Cícero Ferraz Cruz, Fabiana Fernandes Paiva, Felipe Zene, Frederico Meyer, Gabriel Mendonça, Júlio Tarragó, Kristine Stiphany, Laura Ferraz, Luciana Dornellas, Pedro Del Guerra, Rebeca Grinspum, Victor Gurgel e Vinícius Spira (colaboradores)
Extraídos texto e imagens: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/brasil-arquitetura-teatro-piracicaba-24-10-2012
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